Alcoolismo no trabalho: prejuízo certo para empresas
- Marcelo Campos Salles
 - 30 de jun.
 - 2 min de leitura
 

Empresas têm muito a perder com o alcoolismo no trabalho
Poucos temas geram tanto desconforto e, ao mesmo tempo, tantos prejuízos silenciosos quanto o do alcoolismo no trabalho. O abuso de álcool e outras substâncias afeta diretamente a produtividade, o clima organizacional e os resultados financeiros em empresas de todos os portes.
No Brasil, estudos indicam que cerca de 12% da população adulta enfrenta algum nível de dependência química. Entre trabalhadores com carteira assinada, o índice varia entre 3% e 5%, revelando o impacto significativo do alcoolismo no trabalho formal.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o absenteísmo associado ao consumo de álcool pode gerar até 10 dias úteis perdidos por colaborador ao ano. Além disso, mesmo presentes, esses profissionais podem ter uma redução média de 20% na produtividade — fenômeno conhecido como presenteísmo.
Esses são apenas os custos diretos. O problema é mais amplo.
Riscos e soluções para o alcoolismo no ambiente corporativo
Funcionários que abusam do álcool — mesmo sem dependência diagnosticada — frequentemente apresentam queda de desempenho, falhas na tomada de decisão, aumento de conflitos interpessoais e riscos operacionais. Setores como construção civil, transporte, indústria e logística são especialmente vulneráveis, onde a atenção constante é fundamental para a segurança.
A dependência química, incluindo o alcoolismo, é reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1965. Desde então, tem sido tratada como um desafio de saúde pública global. Aliás, essa condição pode atingir qualquer pessoa, seja qual for seu gênero, nível de escolaridade ou posição hierárquica. Portanto, é fundamental que empresas e instituições adotem uma abordagem inclusiva e preventiva sobre o tema.
Embora a predisposição genética tenha influência, fatores psicossociais como estresse, ansiedade e depressão exercem papel significativo no consumo abusivo. Compreender essas causas é essencial para o desenvolvimento de políticas eficazes de saúde mental corporativa.
A boa notícia é que existem formas comprovadas de prevenção, tratamento e mitigação dos impactos do uso excessivo de álcool e outras substâncias nas empresas.
Saúde mental e bem-estar: investimento que gera retorno
Investir em programas corporativos de prevenção, suporte psicológico e políticas claras de bem-estar não apenas promove um ambiente de trabalho mais saudável, como também oferece retorno financeiro mensurável. Ações como apoio psicológico, capacitação de líderes e equipes de RH para acolhimento adequado e a implementação de normas sobre o consumo de álcool no trabalho podem gerar retorno estimado entre sete e nove vezes o valor investido.
Cuidar da saúde mental no ambiente corporativo não é apenas uma agenda de ESG ou responsabilidade social — é uma estratégia inteligente de gestão empresarial. O custo da omissão é alto. A ação, ao contrário, rende — e muito.




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